A marca do doutor Plínio na vida das famílias do Ipiranga

A marca do doutor Plínio na vida das famílias do Ipiranga

Plínio Campos Nogueira, hoje um homem centenário, ajudou a salvar a vida de centenas, talvez milhares de crianças do Ipiranga ao longo dos cerca de 40 anos de serviços prestados como cirurgião pediátrico da Clínica Infantil do Ipiranga.

A clínica, hoje o Hospital Dom Alvarenga, na avenida Nazaré, completou 90 anos de atividades em 2022 (é dez anos mais nova que o Plínio, portanto) e foi pioneira no atendimento médico profissionalizado dos pequenos ipiranguistas. 

Tanto que é difícil encontrar uma família tradicional da região sem um filho na casa dos 40 anos ou mais que não tenha nascido lá. Foi onde grande parte dos moradores veio à luz, dando também à luz um bairro.

Católico praticante, o cirurgião pediátrico acompanhou a missa que celebrou a reabertura da capela São Lucas, no complexo do Hospital Ipiranga, no último dia 17 de abril, onde também nos recebeu para um bate-papo.

O doutor Plínio foi parte dessa história espantosa como um dos líderes da cirurgia pediátrica, a partir dos anos de 1950. Ele e seus companheiros de Clínica Infantil fincaram lá as bases para as condições perfeitas para operar as crianças com segurança, exigindo espaço e horário próprios no centro cirúrgico e medicamentos para todos os espectros de possibilidades. 

Plínio (à dir.) foi assistente do médico Virgilio Alves de Carvalho Pinto (à esq.), uma sumidade da pediatria. Plínio, Virgilio e outros colegas viriam a fundar, em 1964, a Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica e também a primeira residência médica da área.

Foi uma luta, da qual o centenário doutor Plínio hoje sente saudade. Ele também foi um dos fundadores da Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica, nos anos de 1960, ajudando a consolidar e a desenvolver a profissão de cirurgião dos miúdos.

Ele mesmo veio à luz no interior de São Paulo, no município de Igarapava, 447 km ao norte da capital, no dia 30 de outubro de 1922, filho de Randolfo Nogueira da Silva e Astrogolina Campos Nogueira.

E se formou médico pela Escola Paulista de Medicina, em 1948.

O casamento com Maria Ângela, em 1º de maio de 1951; e com a mulher e os filhos Lúcia (no colo), Eduardo, Fernando e Ricardo. O casal teve outros dois filhos: Marcelo, que morreu com 8 meses; e Plínio, que morreu aos 33 anos.

A companheira de uma vida foi Maria Ângela Toledo Monteiro Nogueira, com quem teve seis filhos. Que se desdobrariam depois em oito netos e quatro bisnetos.

Esse homem longevo e ainda tão cheio de vida deixou uma marca (quem sabe alguma cicatriz) que o Tempo não pôde apagar. Foi marca na carne das crianças que salvou, esculpida com fino bisturi, constituinte dos adultos que se tornaram.

Filhos, netos, bisnetos, noras, uma família inteira reunida para comemorar o centenário do patriarca. A festa foi organizada no Clube de Campo de Rio Claro, no interior de SP, em 5 de novembro de 2022. Dr. Plínio mora em Rio Claro, acompanhado de cuidadores, para onde se mudou em 1993, quando se retirou.

 

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